Haiti
3 de Novembro de 2013 por CADTM AYNA
A 31 de outubro de 2013, na sede do PAPDA, em Port-au-Prince, Haiti, decorreu a segunda jornada de trabalho da Rede CADTM AYNA, na presença de vários órgãos de comunicação: imprensa escrita e televisão (Radio One, Scoojo FM, Alter Presse, Radio Téle Ginen, RCH 2000, Radio Ibo, Rádio RFM, TNH, Rádio Téle Kiskeya, Rádio Metropole, RTT, Rádio Solidarité; Téle Éclair, Tropic F.M., Galalie). Participaram: CADTM AYNA e organizadores, Eric Toussaint (Bélgica), Camille Chambers (Haiti), Claude Burn (França), Maria Elena Saludas e Jorge Marchini (Argentina), José Menezes (Brasil) e Ramiro Chimuris (Uruguai).
Convém lembrar que a conferência de imprensa teve de ser distribuída por quarto turnos, porque os jornalistas não cabiam na sala de imprensa. Assim, a conferência, dividida em turnos, começou às 10H15 e terminou às 12H30.
Os temas abordados foram: o que é o CADTM (Internacional); por que razão a Rede CADTM AYNA (América Latina e Caraíbas) se reúne no Haiti, a crise do capitalismo global; a crise na Europa; a necessidade de uma verdadeira integração na América Latina e Caraíbas; as consequências da ocupação militar da ONU no Haiti (MINUSTAH) e as suas alternativas; as características atuais da crise capitalista mundial, entre outros assuntos.
Resumindo, os pontos mais importantes das intervenções e das respostas às perguntas foram os seguintes:
Eric Toussaint fez a apresentação do CADTM internacional desde a sua fundação; analisou o acompanhamento permanente que o CADTM tem dado às lutas e mobilizações a nível internacional e as contribuições em termos de análise de políticas, contradições e crises, que têm servido de ferramenta de trabalho para os movimentos sociais. Toussaint enfatizou também a experiência de Auditoria à Dívida Pública realizada no Equador, no ano 2000, e deu uma panorâmica da atual crise do capitalismo.
Camille Chambers apresentou a sua organização, PAPDA, as perspectivas e ações de luta; referiu a aprovação dada à decisão do presidente do Uruguai de retirar as tropas uruguaias do Haiti e mencionou as estratégias de luta e resistência das organizações sociais haitianas na conjuntura atual.
Maria Elena Saludas salientou a importância de construir alternativas e de enfrentar em conjunto as diversas lutas dos movimentos sociais na América Latina e nas Caraíbas. Frisou a necessidade de analisar a crise global e de conjugar lutas na busca de alternativas que respeitem o ambiente e os recursos naturais.
Claude Quemar analisou o sistema de dominação através da dívida no âmbito do sistema capitalista e a crise do sistema, o apoio dado à restituição da dívida histórica exigida pelo Haiti a França, frisando que o sistema da dívida é um mecanismo de dominação neocolonial. Abordou também a crise do sistema capitalista e dos recursos naturais.
Jorge Marchini, definiu a relação CADTM-Haiti; denunciou que a cooperação oficial com o Haiti não foi cumprida como tinha sido prometido e revelou a existência de uma enorme contradição entre a solidaridad de los pueblos de América (Latina) com o Haiti e a decisão de vários governos da América Latina manterem as tropas de ocupação militar no Haiti. Sobre a decisão anunciada pelo presidente do Uruguai de retirar 850 soldados, frisou que um país com as tradições democráticas e o nível cultural do Uruguai pode retirar de imediato os soldados e enviar 850 professores, educadores, engenheiros, etc., apoiando de facto as necessidades fundamentais do povo haitiano e respeitando as suas decisões soberanas.
Ramiro Chimuris sublinhou que a ocupação militar das tropas da ONU viola os princípios de direito internacional público dos Estados, os princípios de não-intervenção e o direito à autodeterminação do povo haitiano. Salientou que o capitalismo atual é antropofágico, espoliador e destrutivo dos recursos naturais. Por isso, devemos construir novos modelos de integração efetiva e alternativas ao modelo atual.
Tradução: Maria da Liberdade
Abya Yala Nuestra América
Abya Yala é o nome dado pelos nativos Kuna do Panamá e da Colômbia ao continente americano antes da chegada de Cristóvão Colombo e dos europeus. A expressão «Abya Yala» significa «terra em sua plena maturidade» na língua dos Kunas. O líder indígena Aymara da Bolívia Takir Mamani propôs que todos os povos indígenas das Américas nomeassem suas pátrias por este nome, e usassem este nome em seus documentos e declarações orais, argumentando que «colocar nomes estrangeiros em nossas cidades, vilas e continentes é subjugar nossa identidade à vontade de nossos invasores e seus herdeiros». Abya Yala foi escolhida em 1992 pelas nações indígenas da América para designar a América.
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