19 mai par Andreas Sartzekis , NPA
Patrick Janicek, Manifestação de apoi ao povo grego, Paris/2015, Flickr, CC, https://www.flickr.com/photos/marsupilami92/17135906375
Desde a sua eleição em junho de 2019, o Primeiro-ministro Mitsotakis multiplicou os ataques contra os jovens e os trabalhadores, aproveitando o seu ressentimento pelos quatro anos do Syriza e a divisão na esquerda.
Apesar das brutais medidas antissociais e repressivas, as lutas nunca pararam desde 2019, e mesmo que não tenham mudado a paisagem da esquerda em profundidade, a sua diversidade e massividade continuam a ser um sinal de esperança para além das eleições parlamentares de 21 de maio.
Tal como durante os memorandos [os diktat de austeridade impostos pela União Europeia aos governos do Syriza], as lutas têm sido em torno dos salários e das condições de emprego, que o governo tem tornado cada vez mais difíceis. No início deste ano, multiplicaram-se os acidentes de trabalho mortais. No sector público, o governo tenta ilegalizar as numerosas greves contra a política de « avaliação », que é sinónimo de salários « por mérito » e de regressões. No entanto, um obstáculo importante é o da estruturação sindical : face à direção burocrática da confederação única do sector privado e à divisão, a questão de reerguer a ferramenta sindical é uma questão central ligada a uma questão que não tem sido suficientemente avançada, a da unidade da classe, que é decisiva para o futuro próximo.
Para além das jornadas nacionais de greve (24 horas), sempre muito participadas, a atividade reivindicativa se manteve em muitos sectores : lutas vitoriosas por convenções coletivas na efood e dos estivadores da Cosco. As lutas populares com participação sindical, como a que está em curso contra a privatização da água, reforçam o espírito de luta : recentemente, 25 000 pessoas reuniram-se em Salónica, e a Câmara Municipal de Atenas recusa liberar a praça central para uma manifestação do mesmo tipo hoje. O apoio continua à luta exemplar da fábrica VIOME, ocupada há dez anos e relançada pelos trabalhadores !
A resistência mostrou sua força no Verão de 2019 contra o fim do asilo aos refugiados e depois contra a criação de uma polícia universitária : o movimento estudantil fez o governo recuar. Durante a pandemia, ocorreram grandes mobilizações contra o estado policial desejado por Mitsotakis e contra a gestão médica catastrófica, com lutas enérgicas nos hospitais públicos. Se o movimento ambientalista não se espalhou a nível nacional como noutros países, há numerosas lutas locais em defesa dos crescentes ataques ao meio ambiente, enquanto Mitsotakis planeja acelerar a perfuração submarina com a ambição anacrónica de que a Grécia se torne um campeão da extração de hidrocarbonetos... As lutas antirracistas diminuíram de intensidade, apesar da atividade de associações como o movimento KEERFA [Unidos contra o Racismo e os Fascistas], mas a vigilância antifascista continua forte, como desmonstram todos os anos as grandes manifestações que comemoram o assassinato do rapper Fyssas pelos nazis. Mencionemos também as lutas recentes no sector cultural e arqueológico (privatização dos museus nacionais) ou contra o confisco de bens...
Mas a luta mais marcante, que levou centenas de milhar de gregos para a rua, estourou em Março, após o drama ferroviário de Tèmbi : apesar das manobras para encobrir a sua responsabilidade flagrante, Mitsotakis não poderá impedir que as eleições ressoem com a raiva expressa no slogan « Os nossos mortos, os lucros deles », com tudo o que isso implica em termos de ruptura com a corrida desenfreada do capitalismo !
Fonte : L’Anticapitaliste
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