10 de Agosto de 2009 por Auditoria Cidadã da Dívida
Extrato
O Jornal Folha de São Paulo noticia a estratégia do governo para tentar reduzir a dívida pública
Dívida pública
Conjunto dos empréstimos contraídos pelo Estado, autarquias e empresas públicas e organizações de segurança social.
: aumentar o superávit primário no ano que vem, ou seja, a reserva de recursos para o pagamento da dívida. Conforme comentado em edições anteriores desta seção, o governo prevê que o superávit subirá dos atuais 2,5% do PIB
PIB
Produto interno bruto
O produto interno bruto é um agregado económico que mede a produção total num determinado território, calculado pela soma dos valores acrescentados. Esta fórmula de medida é notoriamente incompleta; não leva em conta, por exemplo, todas as actividades que não são objecto de trocas mercantis. O PIB contabiliza tanto a produção de bens como a de serviços. Chama-se crescimento económico à variação do PIB entre dois períodos.
para 3,3% do PIB ano que vem. Segundo o jornal, o Ministro do Planejamento considera que uma "meta mais robusta de superávit vai permitir reduzir novamente o tamanho da dívida pública, vista pelo mercado como essencial para testar a capacidade de um país enfrentar crises sem risco de inadimplência”.
Ou seja: o atual governo busca ganhar a credibilidade do mercado cortando gastos sociais e aumentando o pagamento da dívida, enquanto as urgentes demandas sociais permanecem sem atendimento. Neste ponto, cabe comentar que o governo brasileiro não está aproveitando a recente experiência equatoriana, que mostrou a viabilidade de se auditar a dívida e anulá-la em grande parte, ao invés de seguir pagando-a religiosamente, na eterna busca da “confiança dos mercados”.
Os jornais de hoje e do final de semana destacam o acordo entre o Brasil e o Paraguai, acerca do Tratado de Itaipu. O Paraguai receberá US$ 240 milhões a mais por ano pela energia cedida ao Brasil, valor este equivalente a somente um terço dos juros que são pagos ao Brasil pelo nosso país vizinho, referentes à dívida da construção da usina.
Conforme artigo do Boletim da Auditoria Cidadã nº 19, são grandes as ilegitimidades da dívida de Itaipu. Inicialmente orçada em US$ 2 bilhões, a usina acabou custando US$ 20 bilhões, ou seja, 10 vezes mais. Outra ilegitimidade é a alta taxa de juros e a atualização monetária que incidiu por décadas sobre o estoque dessa dívida: 7,5% ao ano mais a inflação norte-americana. Como resultado disso, até hoje Itaipu pagou de serviço desta dívida US$ 25 bilhões, ou seja, 12 vezes seu custo orçado inicial, e ainda assim a dívida hoje está em quase US$ 20 bilhões. Ou seja: esta é uma dívida que seria passível de anulação por meio de uma auditoria.
É sempre bom lembrar que os pagamentos do Paraguai são destinados pelo Brasil principalmente para o pagamento da dívida pública federal brasileira com o setor financeiro. Na realidade, a anulação da dívida de Itaipu não iria prejudicar o Brasil. Pelo contrário: iria reduzir a conta de luz, visto que tal dívida é o principal custo da energia da Usina.
De acordo com os jornais, mesmo este pequeno aumento nos pagamentos brasileiros pelo uso da energia paraguaia (dos quais a maior parte já retorna na forma de pagamento da dívida ao governo do Brasil) poderá ser bancado pela população, seja na forma de aumento na conta de luz, ou utilizando-se recursos públicos, que seriam portanto retirados das áreas sociais brasileiras, visto que os gastos com a dívida são “intocáveis”. Uma possibilidade de se evitar que a população brasileira pague pelo aumento dos custos da energia paraguaia seria a revisão da dívida de Itaipu com o Brasil, reduzindo-se os pagamentos e conseqüentemente o custo da tarifa à população.
O acordo também prevê que o Paraguai possa vender gradualmente sua energia diretamente aos consumidores brasileiros (o que poderia garantir uma receita maior ao Paraguai), o que terá ainda de ser aprovado pelo Congresso brasileiro, assim como também o aumento no preço da energia pago ao Paraguai. O acordo também prevê a construção, por Itaipu, de uma linha de transmissão da Usina até Assunção, no valor de US$ 450 milhões.
Cabe comentar que estas pequenas concessões brasileiras – relativamente a uma dívida ilegítima de quase US$ 20 bilhões – podem ter o efeito prático de impedir que o Paraguai possa continuar pleiteando a ilegitimidade da dívida de Itaipu.
http://www.divida-auditoriacidada.org.br/config/artigo.2009-07-27.5305471945/document_view
16-12-2009 - Décima Oitava Reunião da CPI
CPI é prorrogada até 26 de março de 201021 de Dezembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
09-12-2009 - Décima Sétima Reunião da CPI
Escândalo: deputado do DEM afirma que o banco central nâo aguenta a CPI da dívida21 de Dezembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
02-12-2009 - Décima Sexta Reunião da CPI da dívida
CPI escancara os interesses por trás do envidamento4 de Dezembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
25-11-2009 - Décima Quinta Reunião da CPI da dívida
CPI promove audiência com o economista Dércio Garcia Munhoz28 de Novembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
18-11-2009 - Décima Quarta Reunião da CPI da Dívida
CPI promove debate entre Armínio Fraga e Paulo Passarinho23 de Novembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
11-11-2009 - Décima Terceira Reunião da CPI da Dívida
CPI faz audiência com João Sayad e aprova requerimientos de informacão23 de Novembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
28.10.2009: Décima primera reunião da CPI da dívida
CPI aprova requerimentos e realiza audiência pública com secretáriao do tesoro nacional2 de Novembro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
22 de Outubro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
16 de Outubro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida
12 de Outubro de 2009, por Auditoria Cidadã da Dívida