Grécia
5 de Fevereiro de 2015 por Yorgos Mitralias
Pablo Iglesias não podia imaginar quão precioso, útil e oportuno seria o presente que iria oferecer a Alexis Tsipras e ao seu governo quando, há 3 meses, decidiu organizar a sua primeira manifestação de força a 31 de Janeiro, em Madrid.
Enchendo a imensa e emblemática Puerta del Sol e as ruas adjacentes com 300.000 manifestantes que não pararam de gritar « Si, se puede » e « El pueblo unido jamas sera vencido », Iglesias mostrou a todos os Juncker, Merkel, Hollande e Cameron e outros « em cima » europeus não apenas que a Grécia com o Syriza não está só mas também que o fosso entre os nossos governos neoliberais e as suas sociedades está em risco aprofundar perigosamente! Dito de outro modo, a demonstração de força dos Podemos espanhóis veio mesmo a tempo de amedrontar os carrascos neoliberais e também para os conter na brutalização do recente governo grego, para que não se multipliquem na Europa os Podemos e os Syrisa…
Entretanto, a mensagem dos 300.000 Podemos de Madrid tem um segundo destinatário: o governo de Tsipras e o Syrisa ele-próprio. Com efeito, ao mesmo tenpo que os seus dirigentes se multiplicam em declarações de apaziguamento e os encontros com os “parceiros europeus” à procura de apoios e de alianças internacionais, a enorme manifestação da Puerta del Sol mostra muito concretamente não apenas que o mais fiel aliado é .., o aliado de classe, mas também que esse aliado de classe e de movimento oferece o mais tangível – se não o único – dos apoios!
A mensagem, portanto, é dupla e os seus destinatários fariam bem em tirar rapidamente as suas conclusões. Quantio a nós, limitamo-nos a uma última nota: ainda que involuntariamente, os 300.000 manifestantes da Puerta del Sol ultrapassam em eficácia todas as declarações de moderação e todos os encontros com os chefes e dignatários do conclave neoliberal europeu. Mais uma razão para tentar tornar essas manifestações ainda mais numerosas no nosso velho continente, pois nenhum argumento será tão forte como o que tenha por base material os numerosos “de baixo”, os seres humanos em carne e osso!...
Atenas, 31 janeiro 2015
Tinha acabado de publicar este artigo na comunicação social grega quando saiu a seguinte notícia : inspirados pelo sucesso eleitoral mas também pelo programa do Syrisa, 15 deputados do Partido Trabalhista britânico acabam de fundar o movimento « Syrisa 15 » que propõe a anulação do programa de austeridade do Partido Trabalhista, a renacionalização das empresas cuja privatização conduziu a fracassos, a renacionalização dos caminhos de ferro, a abolição das leis anti-operárias de Thatcher… Manifestamente, o Syriza está a reproduzir-se na Europa… |
jornalista, Yorgos Mitralias é membro fundador do Comitê contra a Dívida Grega, organização afiliada do Comitê para a Anulação das Dívidas Ilegítimas (CADTM) e da Campanha grega para a auditoria da dívida.
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