18 de Novembro de 2021 por CADTM Europe
Síntese feita a partir das respostas recebidas de 10 países: Bélgica, Bósnia-Herzegovina, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Itália, Montenegro, Sérvia, Portugal.
A situação, que já era globalmente má, piorou durante o período covid-19:
Todos os países registaram um considerável aumento da dívida pública Dívida pública Conjunto dos empréstimos contraídos pelo Estado, autarquias e empresas públicas e organizações de segurança social. , mas nem todos sofrem as mesmas consequências. Esquematicamente, podemos classificá-los da seguinte maneira:
Em toda a parte se regista um grande aumento da dívida pública:
De maneira geral, os movimentos de protesto encontram-se bastante paralisados pelas diversas medidas restritivas, ditas «sanitárias». Observam-se no entanto alguns movimentos pela justiça climática – por exemplo a mobilização em Glasgow em novembro de 2021, com quase 100.000 manifestantes por ocasião da COP26 – e pela justiça social (sob todas as formas), assim como pela defesa do direito ao trabalho, mas não são movimentos massivos e radicais, nem têm força para derrubar governos. Recordemos que na Europa ocidental houve em 2020 importantes mobilizações Black Lives Matter e pela descolonização. Há também a registar na Polónia grandes manifestações de mulheres contra a lei anti-aborto.
No conjunto nota-se um claro declínio da confiança dos/as cidadãos em relação aos partidos e sindicatos, em benefício de movimentos mais «cívicos», mais autogeridos. Observa-se sem dúvida uma mudança a esse respeito nos últimos 5-10 anos, sem que isso se traduza até à data em verdadeiras vitórias.
Globalmente não encontramos contestação de monta à dívida pública nos países da UE, ao seu pagamento e menos ainda uma verdadeira luta para obrigar ao reconhecimento das dívidas públicas ilegítimas. Mas, via ONG, vários países trabalham sobre a anulação da dívida (e das dívidas ilegítimas) nos países do Sul.
Em contrapartida, existe contestação e organização mais apreciável no que diz respeito às dívidas privadas ilegítimas resultantes dos problemas de habitação, saúde, fundos abutre, educação, etc.
Do lado positivo, à parte o carácter transversal da dívida na crise actual, o problema da dívida parece ser cada vez mais levado em conta pelos movimentos cidadãos, incluindo os jovens que se mobilizam à volta do tema da crise ecológica.
No que diz respeito à dívida dos países dentro da UE:
A partir de março de 2020, perante a crise multidimensional que afecta fortemente os países europeus, os governos, a Comissão Europeia e o Banco Central Banco central Estabelecimento que, num Estado, tem a seu cargo em geral a emissão de papel-moeda e o controlo do volume de dinheiro e de crédito. Em Portugal, como em vários outros países da zona euro, é o banco central que assume esse papel, sob controlo do Banco Central Europeu (BCE). Europeu adoptaram a política do «custe o que custar», para retomar uma expressão usada pelo presidente francês Macron. As regras estritas contra o défice orçamental foram abandonadas provisoriamente e os governos recorreram massivamente a empréstimos públicos, o que provocou um aumento de cerca de 15 a 20 % da dívida na maioria dos estados.
Algumas correntes de esquerda aplaudiram. Os governos com participação socialista, como em Espanha e Portugal, congratularam-se com a possibilidade de recorrerem a novos fundos europeus, seja sob a forma de empréstimos, seja sob a forma de subsídios a fundo perdido. Mas a realidade é muito diferente: a parte dos donativos é limitada e condicionada à aplicação de novas medidas neoliberais estruturais. O CADTM denuncia as ilusões criadas pelas medidas financeiras adoptadas no âmbito da UE (20191). O CADTM Europa tinha proposto outra orientação desde abril de 2020: «Não Pagaremos asCrisesDeles!».
Quanto às políticas da UE em matéria de dívida externa:
No contexto da crise sanitária, a Europa juntou-se ao apelo do FMI e do Clube de Paris para a suspensão temporária do serviço da dívida nos países mais endividados, por um período inicial de 6 meses, posteriormente alargado a um ano. Isto é insuficiente por diversas razões:
Tradução: Rui Viana Pereira
Le CADTM Europe (Comité pour l’abolition des dettes illégitimes) est présent en Grèce, en France, en Belgique, en Espagne, en Suisse, en Italie, en Pologne. et au Luxembourg Au niveau mondial, le réseau CADTM est implanté dans plus d’une trentaine de pays.
Apelo
Porquê anular os créditos detidos pelo BCE sobre os países da Zona Euro?7 de Dezembro de 2021, por Eric Toussaint , Sonia Mitralias , CADTM Europe , Paul Murphy , Miguel Urbán Crespo , Andrej Hunko , Cristina Quintavalla , Manon Aubry , Leïla Chaibi
4 de Fevereiro de 2015, por CADTM Europe
6 de Março de 2014, por CADTM Europe
30 de Maio de 2012, por CADTM Europe
23 de Abril de 2012, por CADTM AYNA , CADTM Europe
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