Não aos ataques ignóbeis contra militantes
25 de Junho por ATTAC/CADTM Marrocos
Ilustração de Jorge Alaminos
O telefone de Jawad foi pirateado. Recebeu ameaças, dirigidas a ele próprio e à sua família, vindas de desconhecidos. Sofreu chantagem financeira. Publicaram um vídeo, mostrando-o nu, em casa.
Este ataque ignóbil visa, em vão, atentar contra a credibilidade do nosso camarada Jawad e da associação ATTAC CADTM de Marrocos, da qual ele é o secretário atual.
Jawad está fortemente empenhado em todas as formas de solidariedade com os prisioneiros políticos de Marrocos, nomeadamente Omar Radi, também ele membro da ATTAC CADTM de Marrocos, também ele, além de condenado a seis anos de prisão, vítima de difamações e falsas acusações que pretendem dissimular a natureza política da sua detenção.
Jawad empenhou-se desde a infância na luta contra o despotismo e o imperialismo. Pertence à primeira geração que se lançou na construção da ATTAC CADTM de Marrocos, onde milita há mais de 20 anos. Prestou numerosas contribuições em matéria de educação popular e análise da natureza da economia de dependência dos centros imperialistas e do sistema político que esmaga os e as oprimidas. Tem propostas alternativas audaciosas para um Marrocos dignificado e livre. Participou no Movimento de 20 de fevereiro (2011) e em todos os grandes movimentos populares de protesto vividos em Marrocos, defendendo o seu conteúdo emancipador e as suas formas de organização de base.
É fácil compreender o móbil deste ignóbil atentado à sua reputação, no preciso momento em que vemos Jawad se envolver ativamente no processo de preparação da cimeira dos movimentos sociais contra a reunião anual do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), agendada para outubro do corrente ano. Além do papel que desempenha no seio da ATTAC CADTM de Marrocos para a construção de uma coordenação nacional de acolhimento à contra-cimeira em Marrocos, anima vários grupos de trabalho aos níveis internacional, continental e regional como membro do secretariado partilhado da rede CADTM. Tudo isto faz ele para que a contra-cimeira tenha uma verdadeira dimensão internacional.
Quem atacou Jawad teme a dinâmica de luta e mobilização em que ele está envolvido. O ataque ignóbil visa travar essas atividades, para que os opressores possam organizar em descanso a sua festa em Marraquexe, essa cidade promovida a salão de festas dos ricos e dos responsáveis pela pobreza e pelas injustiças mundiais, como Jawad escreveu. Aliás, um ataque do mesmo gênero visou e interrompeu uma conferência via internet organizada por associações militantes do Norte de África e do Médio Oriente, no âmbito dos preparativos da contra-cimeira.
Estes ataques abjectos e estes métodos repugnantes visam os e as militantes, tentando desacreditá-los, e são característicos dos regimes despóticos, que se sentem aterrorizados perante qualquer mobilização ou iniciativa que possa revelar a sua verdadeira natureza. Na pessoa do camarada Jawad Moustakbal, é toda a associação ATTAC CADTM de Marrocos que é visada. Aliás, o Estado marroquino continua a perseguir a nossa associação e recusa renovar o nosso registo legal.
Nós, membros da ATTAC CADTM de Marrocos, condenamos firmemente este ataque ignóbil à pessoa do nosso camarada Jawad Moustakbal, e:
ATTAC CADTM Maroc
Rabat, 24 de junho de 2023
Tradução: Rui Viana Pereira
membro da rede CADTM e da Associação para a Taxação das Transações financeiras e pela Ação Cidadã (ATTAC Marrocos), criada em 2000. Desde 2006, a ATTAC Marrocos é membro da rede internacional do CADTM (que em junho de 2016 passou a chamar-se Comité para a Anulação das Dívidas Ilegítimas). Presentemente conta com 11 grupos locais em Marrocos. A ATTAC visa dar apoio aos intervenientes nas atividades sociais, associativas, sindicais e em geral aos militantes contra os desafios da mundialização e pela resistência social e cidadã.
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