A dívida é uma catástrofe para a humanidade. Embora se encontrem agora na mais extrema pobreza, países inteiros têm contudo enormes riquezas materiais e humanas. Uma tragédia que provoca uma catadupa de dramas insuportáveis. Mas esta tragédia não caiu do céu, nem é inevitável como um tremor de terra ou um ciclone devastador. É sobretudo um poderoso mecanismo de subjugação dos países do Sul, um novo colonialismo
Desde 1990 que o Comité para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM) trabalha com afinco para demonstrar a ligação entre a dívida e a incapacidade do sistema económico mundial para satisfazer os direitos mais elementares de centenas de milhões de pessoas em todo o Mundo.
Na década de 1990, o CADTM chamou a atenção para a necessidade de construir uma relação justa entre os países do Norte e do Sul através da anulação da dívida. Insistiu em especial no impacte nefasto que os mecanismos de endividamento utilizados pelos organismos financeiros multilaterais (o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial), os governos do Norte via Clube de Paris e os grandes grupos financeiros internacionais provocam nos países do Sul.
Embora a prioridade do CADTM consista, como o seu nome indica, na anulação da dívida dos países ditos do Terceiro Mundo, o seu objectivo mais vasto é o de pôr em evidência, através das suas análises e da sua acção Acção Valor mobiliário emitido por uma sociedade em parcelas. Este título representa uma fracção do capital social. Dá ao titular (o accionista) o direito, designadamente, de receber uma parte dos lucros distribuídos (os dividendos) e participar nas assembleias gerais. militante, a forma como o «sistema da dívida» subjuga de igual maneira os povos dos países em desenvolvimento e os dos países industrializados. Conforme expresso na Carta Política da rede internacional do CADTM: «Tanto no Norte como no Sul do planeta, a dívida constitui um mecanismo de transferência das riquezas, criadas pelos trabalhadores e trabalhadoras e pelos pequenos produtores e produtoras, em benefício dos capitalistas. O endividamento é utilizado pelos credores como instrumento de dominação política e económica.»
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